sexta-feira, 5 de junho de 2009

Sobre Anti Sentimentos do Século Passado

Pensei em escrever uma coisa ou duas para uma amiga. Ela anda por aí cabisbaixa...

No seu rosto, vi dia desses, um quê de "me tira daqui" e, pensei:

"Minha filha, bem vinda ao mundo real..."

O pensamento prosseguia, mas como quem dá ouvidos para o que os outros dizem, não fechei os ouvidos para suas retardices conseguintes. E elas viriam, inevitavelmente, representadas por anti-sentimentos do século passado.

Explico:

Chamo Anti-Sentimentos do Século Passado a negação da mais-valia (Karl Marx) por criaturas capitalistas. Se atualmente digo que os Estados Unidos são uma nação extremamente atrasada é por suas lamúrias serem extramamente Século Passado. Foi só sairem de uma bolha para estranharem, espernearem.

"Meus filhos [nesse caso, os Estados, todos, Virginia, Texas, Vermont...], sejam bem vindos ao mundo real!".

Notem a exclamação para eles em oposição às reticências para ela, posto que faz diferença. Minha amiga não viveu a bonança e a aproveitou com arrogância e deslumbre. Nem, tampouco, vem se desdizendo, inaugurando [sic] a diplomacia do diálogo [sic]. Minha amiga apenas se retorce e se encolhe, depois de uma confortável infância e adolecência de classe-média-pra-rica no Rio de Janeiro.

Eu, que também vi e vivi aquele conto, e que ainda hoje titubeio no terreno oblíquo do mundo real, prefiri, enfim, não lhe dar boas vindas irônicas nem cantar de galo. Apertei seu ombro com força e olhei fundo nos seus olhos até onde pude.

Um comentário:

Carol Andrade disse...

Eu ando com essa impresão, a de que me jogaram no mundo real outro dia.