sábado, 10 de fevereiro de 2007

E Pluribus Unum

Vida de trabalhador.
 
Todos os dias acordo cerca de duas horas e meia antes de partir para o trabalho. Lentamente, como sempre, como alguma coisa enquanto leio o jornal - de lá e de cá, como vivesse em dois mundos - e tomo um banho rápido. No trem para a cidade, as notícias ainda estão sendo assimiladas pelo meu cérebro (se, no caso, eu estiver de ressaca, o processo é ainda mais cabuloso). E, apesar de serem tão dissonantes as minhas duas fontes de informação - "Hillary or Obama for prez" de um lado; "menino é arrastado por sete quilômetros após assalto no Rio" - busco na sociologia do metrô de Nova York, um ponto de interseção para que façam mais sentido.
 
Latinos, asiáticos, russos, africanos, eu... todos nós à caminho da iluminação e das verdinhas de Manhattan. Deixamos o Queens com todos os seus vetores étnicos, e entramos, por debaixo do East River, num mundo maior ainda. Dentro do meu moedeiro, uma piada: nas moedas de 25 centavos está inscrito "E Pluribus Unum" (From many, One). Um lema americano sobre união que, tão obviamente, está esquecido na alcunha daquele quarter. Seja nesse país, envergonhado pela presidência de um idiota, seja no Brasil da grande tragédia diária, seja nas tragédias diárias que trouxeram essa gente toda para o brilho de Manhattan.
 
É... Esse mundo tá mesmo precisando de um arremedo.
 
Por enquanto, o jeito é seguir em frente, servir meus cupcakes, sonhar com as grandes possibilidades do meu documentário e depois gastar todos os meus dividendos em noites, cervejas, screw drivers, peças de teatro, shows, ingressos de cinema... É melhor ficar de olhos bem abertos nas manhãs; e reservar o espaço da noite para, como todos esses mimos that money can buy, viver um sonho fabuloso! E Pluribus Unum!
 
Na segunda vou a uma palestra com o Dennis Hopper na NYU! De graça.
 
Saudações! Saudades!
 
Ps. Estou com problemas técnicos para botar as fotos. Em breve!