Pensei em escrever uma coisa ou duas para uma amiga. Ela anda por aí cabisbaixa...
No seu rosto, vi dia desses, um quê de "me tira daqui" e, pensei:
"Minha filha, bem vinda ao mundo real..."
O pensamento prosseguia, mas como quem dá ouvidos para o que os outros dizem, não fechei os ouvidos para suas retardices conseguintes. E elas viriam, inevitavelmente, representadas por anti-sentimentos do século passado.
Explico:
Chamo Anti-Sentimentos do Século Passado a negação da mais-valia (Karl Marx) por criaturas capitalistas. Se atualmente digo que os Estados Unidos são uma nação extremamente atrasada é por suas lamúrias serem extramamente Século Passado. Foi só sairem de uma bolha para estranharem, espernearem.
"Meus filhos [nesse caso, os Estados, todos, Virginia, Texas, Vermont...], sejam bem vindos ao mundo real!".
Notem a exclamação para eles em oposição às reticências para ela, posto que faz diferença. Minha amiga não viveu a bonança e a aproveitou com arrogância e deslumbre. Nem, tampouco, vem se desdizendo, inaugurando [sic] a diplomacia do diálogo [sic]. Minha amiga apenas se retorce e se encolhe, depois de uma confortável infância e adolecência de classe-média-pra-rica no Rio de Janeiro.
Eu, que também vi e vivi aquele conto, e que ainda hoje titubeio no terreno oblíquo do mundo real, prefiri, enfim, não lhe dar boas vindas irônicas nem cantar de galo. Apertei seu ombro com força e olhei fundo nos seus olhos até onde pude.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
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