sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Ficcão IV

Uma ponta de alegria me toma, ficcional e não como todos os outros sentimentos. Olho ao redor, a casa e seu amontoado de lembranças, que há pouco te recebeu, que guardou suas digitais pelas paredes e ainda guarda um pouco do seu cheiro. Fico feliz por isso.

O mundo tão largo, tão grande, tão cheio e você, tão único – espalhado por aqui e pelos rastros que vão riscando a cidade. Vou imaginando o desenho extenso sem que o sorriso me saia, por imaginar o momento em que os pontos se cruzam, em que eu te encontro e em que tudo resulta bem, reunido.

Quem vai provar, afinal, se não nós, que passa, sim, de teoria débil as especulações de que você, ao se deixar tanto pelo caminho, desaparecerá? Que tuas linhas se misturarão às linhas de mijo desenhadas na calçada, aos passos sem antecedente dessa gente que eu não conheço? Se não for você que seja eu – porque uma alegria me toma e, ficcional ou não, vem cheia de ânimo, estofada de êxitos passados. Uma alegria que não me sai e que tampouco tem (apenas ou até) 26 anos, porque te sabe, te enxerga; porque te vê dividindo a essência e se multiplicando. Que seja eu, na medida que continues sendo.

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