quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Reticências

Mais um dia, meu filho, mais um dia...

Estávamos parados no ponto de ônibus e o velho o dizia sem jamais completar a sentença. Eu não era o filho, mas, por Deus!, era capaz de compreender. Nesse mundo de meias palavras, a gente entende cada coisa que, vai saber...

É o ônibus que não chega nunca, a resposta que nunca é dada e mais alguns temas do cotidiano que nem valem a pena serem listados. Quem, meu Deus, se não vós, essa entidade tão oblíqua aí no céu... Quem irá visitar as minhas agonias, para não dizer meu blog?

E como irei eu, meu Deus? Como irei eu arrumar uma agoniazinha sofisticada e transformá-la num filme engraçadinho ou num livro queridinho do hype?

A minhazinha, coitada, curtida e pontilhada de reticências mais oblíquas que vós - recém um pouco de tudo, ex um pouco de mais um pouco. A minhazinha que passeia nas ruas e transfere, que interage e transfere e que, de quando em quando, enche o saco dos amigos, afastando assim, os únicos leitores.

Podes ver o quão empoeirado anda esse pequeno espaço? Se ele precisasse de eco para respirar, estaria asfixiado. Talvez por isso o velho me prometa um dia e o ponto me prometa um ônibus. Pequenas esperanças, afinal...

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